
De mulher para mulher: o fruto de cada geração
Iluminando pautas com pouca visibilidade, Guta Nascimento comenta como foi trabalhar pautas femininas desde grandes veículos até a redação da revista Claudia
"Sou jornalista há muitas décadas. Eu brinco, 'desde o século passado'". Aos 53 anos, a aventureira Guta Nascimento acumula histórias e observa a sociedade evoluir enquanto exerce seu papel como comunicadora. "Gosto de ver as transformações ao longo do tempo e acho que essa é a maior viagem que alguém pode fazer".

Formada pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ela começou sua trajetória como estagiária de jornalismo na própria faculdade. Esse foi o primeiro passo em um caminho que alcançou veículos grandes, como a Rede Globo. Registrando passagens por programas como Jornal Nacional e Fantástico, um aspecto sempre pareceu mover os instintos jornalísticos de Guta: as pautas sociais.
Desbravando lugares no mundo e registrando evidências sobre diferentes perspectivas, Guta faz parte daquele nicho de jornalistas que não se importa em mudar de ambiente, muito pelo contrário. Gosta de viver e compartilhar, principalmente, para iluminar tópicos que não possuem tanto espaço na mídia. Onde há algo que precisa ser mostrado, ela faz questão de direcionar os holofotes.
Unindo o útil ao agradável, sua carreira no jornalismo ficou marcada por movimentos do gênero, utilizando de grandes veículos para dar visibilidade a questões notavelmente menos discutidas. Dentro desse currículo, a trajetória de Guta também ficou marcada pela redação da revista Claudia, onde ocupou o cargo de diretora entre 2017 e 2021.
Uma coisa é certa, sua estada em um dos principais veículos femininos do Brasil mudou os rumos editoriais da revista. Sua missão era tornar o título mais plural e inclusivo. Acima de tudo, ela queria reforçar seu propósito de dialogar com questões atuais da sociedade.
O feminismo por trás das pautas
Por mais que hoje seja uma feminista declarada, Guta confessa que não tinha consciência desse posicionamento quando ingressou na faculdade de jornalismo. "A gente não enxerga os nossos direitos quando é criado num ambiente machista estrutural".
Sendo educada por pais que incentivavam sua independência, foi semeada uma ligação entre Guta e os movimentos em prol dos direitos femininos. Na época, por volta dos anos 70, havia ainda o contexto histórico da queima de sutiãs por mulheres ativistas. O momento marcou a história do feminismo norte-americano, com o objetivo de desprender mulheres dos padrões impostos pela sociedade patriarcal.
Com a emergência do movimento em águas internacionais, outros países também sentiram o impacto do espírito revolucionário, como foi o caso do Brasil. Diante desse cenário, Guta cresceu acompanhando os reflexos do movimento. Apesar disso, tudo produzido pela sociedade acaba sendo fruto de uma geração e, na época, assuntos do tipo não estavam em pauta na mídia como hoje.
"Se você pegar as revistas dos anos 80 dá até vergonha. Uma vontade de se enfiar embaixo da mesa", brinca. Naquela época, veículos femininos, como a Claudia, ganharam destaque por estampar questões do universo da moda, beleza e comportamento. Hoje em dia, essas editorias seguem consolidadas na revista, porém, com um recorte diferente do que era antigamente.
Capas estampadas por modelos brancas e magras, dietas implausíveis incentivando a perda de peso em prol do "corpo ideal", devoção a estrutura do casamento e o tom pejorativo sobre minorias eram aspectos notáveis nesses veículos. Refletindo de uma sociedade machista como um todo, o mercado jornalista era (e ainda é) bastante dominado pela visão masculina.

"Comecei a trabalhar com jornalismo nos anos 90. Já havia mulheres nas redações, mas não nos postos de poder. Esses ainda eram dos homens, como ainda é até hoje". De décadas em décadas, Guta observou essa estrutura mudar com a entrada massiva da mulher no mercado de trabalho jornalístico. O aprendizado foi claro: para ter mais mulheres no poder, é preciso de mulheres lá em cima para irem acrescentando as demais.
"Como jornalista, a gente presta muita atenção aos debates da sociedade. As redações eram ambientes muito machistas, com muito assédio moral e piadas. Isso não é uma exclusividade do jornalismo". É um reflexo da sociedade patriarcal. "Muitas vezes, a gente não tinha consciência que nos vestíamos de um jeito por medo de mostrar alguma feminilidade, por exemplo", explica.
Quando há uma hierarquia masculina e uma exclusão da parcela feminina, é difícil que pautas voltadas para as mulheres ganhem espaço nos veículos. Afinal, o ambiente ainda não refletia esse debate na sociedade. Seguindo seus instintos, Guta confessa que sempre buscou incluir histórias de mulheres nos veículos que trabalhava.
No início dos anos 2000, auge do regime Talibã, ela foi ao Afeganistão participar de uma reportagem, junto a jornalista Ana Paula Padrão e um cinegrafista. Como profissionais, elas sabiam das denúncias de mulheres que sofriam abusos naquela região. Elas eram obrigadas a usar burca, proibidas de estudar e apedrejadas até a morte. Por outro lado, não foi dessa forma que Guta e Ana Paula propuseram a pauta para seus editores.
"A gente não chegava com essa proposta de pauta, como 'vamos fazer uma série sobre os direitos das mulheres no Afeganistão', porque ninguém tinha esse olhar. Então falamos 'vamos fazer uma série sobre o Afeganistão', mostrar o contexto dele no mundo. Daí a história das mulheres vinha embutida", relata.
Por mais que isso ainda não fosse um debate na sociedade, elas entendiam a importância do tema e sua importância. "Não adiantava chegar com pautas com esse recorte exclusivamente feminista, porque não se tinha essa percepção. Então a gente, inconscientemente, tinha sempre um olhar de empatia pela situação das mulheres e fomos fazendo muitas pautas sobre mulheres", completa.
De degrau em degrau, a motivação por contar histórias de mulheres levou Guta ao universo da mídia feminina. Durante essa trajetória, ela participou por anos do portal Tempo de Mulher, no MSN. Trazendo um conteúdo voltado para o público feminino, o projeto chegou a alcançar uma média de um milhão de usuárias únicas. Para a época, esse era um número bastante expressivo.
Enquanto isso, um produto já se firmava no Brasil há alguns bons anos: as revistas femininas. Entregando um conteúdo bastante específico para as mulheres, as revistas chegaram com o papel de trazer informações úteis as mulheres e ajudarem as mesmas na formação de repertório sobre questões que as afetam. Esses veículos, como a Claudia, inicialmente se mostraram como uma espécie de cartilha para debates importantes.
Amplificando debates sobre racismo, aborto e mais na revista Claudia
Conforme as discussões do meio social vão mudando, os veículos midiáticos têm a responsabilidade de seguir cada passo para entregar as informações necessárias. Os anos passam e, como sementes plantadas de pouco em pouco, alguns diálogos foram ganhando força. Feminismo, luta contra o racismo, direito ao aborto, liberdade sexual e vários outros temas ganharam mais notoriedade.
Não apenas notoriedade, mas uma mudança na forma como eram abordados e interpretados. Antes encaradas como "tabus", essas questões começaram marcar mais presença em conversas no ambiente social com um recorte mais normalizado. Os veículos que não acompanhassem esse ritmo, ficariam ultrapassados.
Reconhecendo esse movimento, a revista Claudia passou por uma mudança na estrutura editorial. "A Claudia sempre foi a maior revista feminina em termos de circulação. Ela chegou a ter 400.000 exemplares mensais, o que era absolutamente enorme naquela época. Ela sempre foi a número um, mas o conteúdo dela foi ficando geracional. O público foi envelhecendo com a revista".
Em 2017, a revista quis se abrir para outras temáticas femininas que não estavam sendo contempladas no editorial. Dessa forma, os caminhos de Guta e da Claudia se cruzaram. "Eles convidaram a Ana Paula [Padrão] para ser a diretora. Porém, como ela tinha as demandas do MasterChef, do qual é apresentadora, não conseguiria ficar lá na totalidade do tempo. Ela disse 'eu topo, se eu puder levar uma pessoa como diretora-executiva' e então fui com ela".
Logo no ano seguinte, Ana Paula deixou a redação da Claudia e Guta seguiu como diretora da revista até 2021. Fazendo jus a missão que lhe foi dada, a primeira edição produzida por Guta já trouxe uma campanha em prol dos direitos femininos. A capa era ilustrada pela atriz Fernanda Lima e acompanhava a hashtag EuTenhoDireito.

Claro, esse assunto já era retratado pela Claudia há anos, mas foi introduzido em formato de campanha pela primeira fez. O que foi só o começo. A edição seguinte ficou encarregada de outro tópico que gritava por mais visibilidade, o etarismo, ou seja, a discriminação contra pessoas com base em estereótipos associados à idade. Dessa vez, a capa foi estrelada pela atriz Regina Casé.
Ainda em 2017, Guta trouxe a primeira capa com uma mulher trans, que foi a atriz Maria Clara Spinelli. Ao seu lado, outras mulheres também ganharam destaque na ilustração como a Luiza Helena, CEO do Magazine Luiza; Rachel Maia, CEO da Pandora na época; a cineasta Laís Bodanszky; a atriz Taís Araújo; a filósofa Djamila Ribeiro.
Dentre vários assuntos que passaram a ser mais abordados em Claudia, o racismo era o principal para Guta. Devido às consequências do racismo estrutural presente na sociedade, a mulher negra ficou praticamente excluída não apenas dos veículos femininos, mas da mídia em um contexto geral. Assim, Guta se compromissou com a inclusão para que a revista dialogasse diretamente com mulheres negras e se tornasse, de fato, plural.
"Das vinte primeiras capas que eu fiz em Claudia, dez tinham mulheres negras", declarou. Ela ainda explica como o problema racial afeta além do produto final da revista. Afinal, as redações são predominantemente ocupadas por pessoas brancas. Com o passar dos anos, uma mudança expressiva acontece em diversas empresas para que mais funcionários negros sejam contratados. Por outro lado, está longe de ser o suficiente.
"Não adianta contratar estagiários para dizer que tem pessoas negras trabalhando, não é sobre isso. Inclusão não é sobre isso. Inclusão de verdade é quando há diretoras negras", afirma.
O conflito de gerações e a recepção do público
Verdade seja dita, para alguns temas, a Claudia sempre teve um tom progressista. Desde antes dos anos 2000, a revista já apoiava questões que hoje são encaradas com naturalidade, como o direito ao divórcio. Ao mesmo tempo, ela nunca escondeu seu forte apoio ao direito do aborto.
Com o passar das décadas, temas como esses foram ganhando mais espaço e um retrato mais afirmativo. Como um ato de serviço para informar e apoiar as mulheres. Por mais que ainda reste um longo caminho em relação à inclusão de mulheres indígenas, mulheres trans, mulheres deficientes e tantas outras minorias, é impossível ignorar a mudança em andamento.

Em março de 2017, Guta organizou uma capa histórica na temática do mês que conta com o Dia Internacional das Mulheres, o 8 de março. A frase "Não é mimimi" ficou estampada em caixa alta e acompanhada do retrato de mulheres comuns. Esse foi um exemplo que reforçou o novo direcionamento da revista.
Por mais que seja considerada uma evolução pelo aspeto social, em relação à inclusão e representatividade, a recepção do público mais velho aos temas "progressistas" não foi a mesma das gerações mais novas. Quando Guta entrou para a redação da revista, a maioria das leitoras estavam na faixa dos 50 a 60 anos, pois já acompanhavam a revista há muito tempo.
Segundo ela, esse público não estava tão aberto para receber essas pautas, o que foi um desafio. "Quando fizemos essas mudanças com novos assuntos, conseguimos trazer um público jovem e, ao mesmo tempo, inserir essas pautas no debate das mulheres de 50, 60 e 70 anos", relata.
Dessa forma, a revista força sua ação de gerar repertório ao público feminino sobre pautas que envolvem o mesmo. "Muitas mulheres, por causa da questão geracional, por exemplo, não estavam familiarizadas com essas discussões. Então, a gente fazia esse papel de explicar o que estava acontecendo, termos novos, palavras novas".

Considerando o alcance de distribuição da Claudia, esse papel de serviço informativo vai além de uma questão geracional. Ele também é marcado pelo aspecto regional. A revista tem uma capacidade de alcance desde capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, até municípios remotos na Amazônia. "Quando você pega a base de assinantes, é muito incrível. Claudia chega em muitos lugares do interior, onde as pautas não estão sendo tão discutidas feito em ambientes mais efervescentes, como em cidades grandes".
Independente da distância, o objetivo continuava sendo o mesmo: levar assuntos para mulheres que ainda não estavam inseridas no debate. "Viemos com essa missão de falar não somente para quem já era adepto ao feminismo, mas para aquela mulher que era vítima de um marido machista e nem ela sabia. Muitas vezes as mulheres não têm essa percepção".
Apesar do desafio em apresentar esse conteúdo para um público menos familiarizado, Guta deixa claro que nunca sofreu impedimentos para abordá-los. Muito pelo contrário. "Algumas vezes eu ouvi em algumas reuniões que 'você sabe que as capas com mulheres negras vendem menos'. Eu respondia apenas 'sim, o Brasil é racista'. Ninguém falava mais nada".
Para ela, a recepção do público sobre as edições e os posicionamentos de Claudia também ficaram impactados com a era digital. Não é uma novidade que a internet mudou completamente os formatos de comunicação, assim como os avanços tecnológicos fazem de séculos em séculos. Rádio, televisão, e-mail, websites… até que chegássemos na era das redes sociais.
De conselheira a amiga virtual
Embora tenham sido criadas com o intuito de estabelecer um espaço virtual de conversas e conexões, as redes sociais chegaram a um patamar muito além de uma questão individual. Tornou-se também uma questão mercadológica, incluindo os veículos de comunicação. Jornais, revistas, programas e vários outros produtos da mídia passaram a ter seus próprios perfis nesses ambientes.
Entendendo a complexidade de uma comunicação que transita por formatos midiáticos diferentes, é de se imaginar que o público seja diferente em cada um. De acordo com Guta, embora existissem muitos “bots” (softwares automatizados) com comentários negativos em postagens mais polêmicas, o público da internet era mais progressista em relação ao da revista física.
"Eu sabia que tinha muito mais pessoas apoiando aquele post do que agredindo o assunto. Os que não gostavam, era muito fruto de uma questão política. As redes são um território de disputa política". Após entender quais perfis faziam parte desse grupo de pessoas que tinha uma reação negativa, ela não se incomodou mais.
Assim como usuários comuns, as revistas femininas ainda estão entendendo como usar as redes sociais para produzir e monetizar conteúdo. As mudanças acontecem em uma velocidade que os veículos precisam acompanhar, principalmente nesse caso, onde o espaço virtual se tornou um território de muita potência.
"Eu trabalhei durante anos na TV Globo, no Jornal Nacional e em grandes veículos com alto impacto em termos de audiência. Então, eu acompanhei muito a imprensa chamada de 'formadora de opinião' ser quebrada pela internet. Todo mundo passa a ser um veículo, mas não de jornalismo. Até porque, o jornalismo exige uma técnica para esse posto", explica.
Em uma era onde qualquer um com acesso a um celular conectado a internet consegue produzir conteúdo e influenciar, o jornalismo tem a missão de se mostrar como uma ferramenta essencial. Afinal, a profissão vai muito além de passar uma informação adiante. Ela trata de apurar, averiguar, trazer referências e perspectivas diferentes para daí então entregar o conteúdo.
Para Guta, é bom não ter apenas um meio como formador de opinião e a internet ajuda com que o conteúdo fique disperso. Não apenas sobre variedade, mas para abranger limites de espaço literal. Todas as notícias não cabem em uma edição do Jornal Nacional, assim como todas as pautas sugeridas não cabem em uma revista. Há um limite de páginas e minutos. Embora seja impossível cobrir tudo, a internet rompe as delimitações dos formatos mais tradicionais.
Por outro lado, onde há variedade, também há concorrência. Com a transição para o mundo virtual, a revista deixa de ser a principal via de informação para as mulheres que a consumiam. O Google assume esse lugar. "Essa questão da revista como 'conselheira', foi importante numa época em que a sociedade estava muito estratificada. Eram só os grandes veículos que formavam uma opinião".
Segundo Guta, essas novas possibilidades têm dois lados da moeda. Positivo e negativo. Embora seja incrível ver a comunicação em rede dessa forma, é preciso estar atento sobre quem seguir no meio virtual. "Eu fico muito feliz que as mulheres possam ter mais conselheiras. Desde que, obviamente, se deixem influenciar por pessoas bacanas".
Despedida para plantar sementes em outros campos
Sendo uma profissional guiada pelos seus propósitos, Guta é uma jornalista movida pela vontade de impactar e causar mudanças. Esse instinto a levou para dentro da redação da Claudia, mas também foi o que a fez deixá-la. Após cinco anos marcantes na revista, ela se despediu do editorial em 2021.
"Eu consegui trazer essas pautas que me falavam ao coração, que é o meu propósito, e foi por isso que eu deixei Claudia. Eu amo Claudia, o trabalho era muito prazeroso. Só que, hoje em dia, a estrutura de trabalho que a gente vive demanda muito do nosso tempo. O mundo acelerou demais e só uma coisa continua rigorosamente igual: ele só tem 24 horas por dia".
Por isso, a redação começou a demandar mais tempo e a distanciou dos seus princípios. Para ela, uma regra é clara: não devemos necessariamente atrelar o nosso propósito ao trabalho. No caso de Guta, esses dois caminhos se cruzam com uma missão social, da qual sempre esteve envolvida: contar as histórias dos não incluídos.
"As histórias dos direitos das mulheres sempre estiveram presentes no meu trabalho como jornalista de hard news. No meio da guerra, eu tinha muitas histórias para contar. Eu sempre escolhia, inconscientemente, a história de uma mulher".
Embora sabendo que tomar esse passo para se despedir da revista tenha sido uma escolha difícil, ela acredita que realizou um papel significativo no veículo. A mudança que lhe foi solicitada quando assumiu o cargo de direção anos atrás, estampa as capas de Claudia hoje em dia. Missão cumprida.
"Acho que eu chorava uma matéria por fechamento. De emoção, sabe? Chorar não é necessariamente porque você está lendo algo triste, mas, às vezes, você lê algo tão potente, com tanta força, com tanta beleza. Você fica emocionada e fala assim 'uau como tem mulher incrível no mundo'".
Tocando para frente sua trajetória profissional, Guta segue trabalhando como freelancer e desprendida pelas aventuras que o jornalismo a proporciona. Sem deixar de esboçar gratidão pela revista Claudia, ela acredita que as novas gerações darão conta de continuar um legado em prol das mulheres.
"Pessoas como nós, com esse olhar, não somos a maioria. Se fôssemos, o mundo não teria esse desenho que ele tem, mas nós somos muitas. Nós somos mais do que imaginamos", finaliza.